ESPIRITUALIDADE
O percurso espiritual de Madre Nazarena pode ser compreendido em três palavras: Cristo, amor, oração. Cristo que liberta e salva; amor que purifica e ressuscita; oração que fortalece e consola. Inspirar-se em Madre Nazarena e em sua doutrina de vida não é fácil, todavia é necessário para dar uma dimensão menos pragmática mas mais espiritual e humana à nossa sociedade.
As atitudes e palavras de Madre Nazarena são um exemplo contínuo de bondade, humildade, coragem espiritual, fidelidade incondicional à escolha feita quando, com a idade de 20 anos, saiu de sua cidade com um único desejo: ajudar os pobres e necessitados e no coração um único amor: Cristo.
Madre Nazarena tudo suportou devido a Graça de Deus, ao Dom da fé da caridade que o Senhor lhe concedeu, e aos quais soube acolher com todo o seu ser. Uma fé ardente, uma fé contagiosa, uma fé operante, com contagiosa alegria, vivida na caridade.

Para traçar a espiritualidade de Madre Nazarena é absolutamente impossível deixar de considerar a profunda ligação espiritual com Padre Aníbal Di Francia. Esse lhe deixou uma grande herança: o testemunho de uma vida interior profunda e de uma santidade relacional. Madre Nazarena deu continuidade a suas obras, foi “Mãe” de suas Irmãs, sendo fiel até o fim de sua vida.
A atualidade de sua mensagem nos provoca profundamente, nos faz reconhecer que os desejos e aspirações dos homens e das mulheres de nosso tempo podem encontrar eco positivo no esforço sincero e unificador dos valores que formam a essência da vocação cristã, seja de pessoas consagradas ou leigos.
Nos passos de santo Aníbal, a co-fundadora das Filhas do Divino Zelo, conformou a própria existência ao carisma do Rogate, viveu a compaixão pela messe cansada e dispersa. Ela olha para os pobres, os órfãos e os marginalizados com o olhar compassivo de Cristo que diante da multidão cansada disse: “Rogai ao Senhor da messe, para que mande operários na sua messe” (Mt 9, 36-38).
Madre Nazarena Majone, seguindo fielmente os passos de santo Aníbal Maria Di Francia, viveu integralmente o Rogate na oração incessante, na compaixão operosa e na serena aceitação da cruz.
O carisma do Rogate empenha as Filhas do Divino Zelo a:
1. Pedir ao Senhor da messe para ter os bons operários;
2. Propagar esse espírito de oração e promover as vocações na Igreja;
3. Ser “boas operárias” do Reino pela doação da própria vida pela promoção humana e a evangelização dos pequenos e dos pobres;

Madre Maria Nazarena prolongou no curso de sua vida essa missão de amor de Cristo, doando-se como Ele às multidões cansadas e abandonadas. Ela respondeu a sua vocação com uma presença materna, sóbria, voltada para aqueles os quais eram ignorados pela sociedade: os pobres, os não amados, os jovens carentes. Madre Nazarena, confiando na mensagem evangélica do Rogate, sabia que o fermento neotestamentário colocado na messe, sempre é para obter os grandes frutos da Caridade, o que significa dizer a salvação das almas.
A bondade da Madre foi dirigida, sobretudo, ao serviço dos órfãos que ela amou com grande generosidade. A confiança na Divina Providência a fez testemunha continua assistência divina. A oração para obter os bons operários é a fonte de vida peara as novas vocações na Igreja, através da oração e do exercício incondicional do próprio apostolado no plano da caridade e da educação, com uma forte predileção pelos pequenos, os pobres, a juventude carente e sem oportunidade alguma.
Madre Nazarena foi uma generosa testemunha do seu tempo e um precioso instrumento do Senhor e, com materna doçura, soube pronunciar o generoso “sim” ao assim chamado “quarto voto” do Rogate.