Santo Anibal

HISTÓRIA

Família

Aníbal Maria Di Francia nasceu em Messina – Itália no dia 05 de julho de 1851, filho de uma família nobre da cidade! A Família Di Francia, como indica o nome, parece ter suas origens além dos Alpes, transferindo-se para Nápoles durante o reinado de Carlos D’Anju: entre seus ancestrais figura um Giovannino, que foi investido pelo rei Ladislau na posse de muitos feudos em d’Otranto, como São Cassiano, Nocegli, Nardó, Andrani, etc. Em seguida obteve as baronias de Santa Catarina, Badolo, Santa Rosália, Marmarino e Drago. Dividida em diversos ramos, floresceu em Consença, Catanzaro, Paola, Monteleão e Tropea, e em todos os lugares onde esteve ligada aos membros da nobreza. Citam-se entre seus antepassados Tomás Maria de Paula, bispo de Ória (1690-1719); João Sério, fundador do Monte da Piedade em Paula; Domingos de Monteleão, general de batalha, comandante do exército da Estremadura; Anônio, tenente-general da Armada Espanhola no século XVII; e, após um longo período, em 1804, encontra-se Diego, senador em Messina.

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A família do cavaleiro Francisco Di Francia, pai de Aníbal Maria Di Francia, se intitulava “dos Marqueses de Santa Catarina de Iônio”, feudo obtido pelos avós, ao que parece, no início do século XIX. Com efeito, as crônicas calabresas são concordes em asseverar que o rei José Bonaparte foi hóspede de um Di Francia em Monteleão e, ao se despedir, por gratidão, conferiu-lhe o título de marquês. A investidura não foi apenas nominal, mas acompanhada da designação do feudo e do castelo de Santa Catarina de Iônio. Desta família parece descender o cavaleiro Francisco Di Francia, dos Marqueses de Santa Catarina.

O cavaleiro Di Francia, que possuía várias propriedades em Messina, era homem de grande prestígio por suas qualidades intelectuais e morais. Cultivou muito bem a literatura e a poesia, participando do movimento literário do seu tempo.

Em 15 de junho de 1851, pouco tempo antes do nascimento do nosso Padre, ele era declarado, com a aprovação do Cardeal Antonelli, pró-secretário de Estado do Papa Pio IX, vice-cônsul pontifício em Messina, cargo diplomático de altíssima importância naquela época. Pouco tempo depois, em dezembro do mesmo ano, o próprio Papa Pio IX, com Decreto do Ministério das Armas, nomeava-o capitão honorário da Marinha.

Este homem ilustre em nobreza e piedade desposava em 2 de junho de 1847, na Paróquia de São Lourenço em Messina, a jovem Ana Toscano, filha do comissário Guilherme e de D. Matilde dos Marqueses de Montanaro. Ao anoitecer, com uma chuva torrencial, como nota o cavaleiro Di Francia em suas memórias.

Também Ana Toscano descendia de família nobre e muito piedosa, e era irmã do sacerdote José Toscano, defensor incansável dos direitos papais, e diretor do jornal La Parola Católica, que cultivava em seu coração e depois revelou em toda a sua vida.

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Tinha manifestado certa aversão ao estado conjugal, porém uma tia já idosa, com quem convivia, conseguiu impor-se à jovem, talvez em vista do excelente partido que a sobrinha encontrava em tornar-se esposa do cavaleiro Francisco Di Francia. Só assim se explica o que se observa nas memórias do esposo, ou seja, que Ana, na mesma noite do casamento, deixou-o para voltar à família, e só dois meses depois, precisamente em 12 de agosto de 1847, foi conviver com o companheiro que o Senhor lhe dava, na casa de propriedade da família Toscano, localizada em Portalegni.

Destas núpcias felizes nasceram quatro filhos, entre eles uma única filha, aos quais a piedade dos pais acrescentou no Batismo, além do próprio nome, também o de Maria, pela notável devoção que nutriam para com a augusta Mãe de Deus e pelo desejo que tinham de transmiti-la à prole.

O primeiro foi João, que cultivou as letras, e morreu bem novo, ainda solteiro. Em seguida nasceu Maria Catarina, que se casou com Antônio Montalto, mulher de grande bondade e virtude, que transferiu aos filhos, e faleceu antes dos dois irmãos menores.

O terceiro filho foi o nosso querido Padre, sobre quem o pai escreve em suas memórias: “No dia 5 de julho de 1851, a uma hora e meia da tarde, nasceu meu filho Aníbal, assim chamado para lembrar o marquês Aníbal Bonzi de Bolonha, batizado na Paróquia de São Lourenço, na tarde de 7 de julho de 1851, sendo pároco o Cônego D. José Marchese, a uma hora e um quarto da noite.”

A fé do Batismo faz o nome de Maria preceder o de Aníbal e acrescente o nome do padrinho, que foi Francisco Toscano.
O quarto e último filho foi Maria Francisco, que também se tornou sacerdote.

Naquele tempo, a Paróquia de São Lourenço pertencia à Igreja de Santa Maria da Providência, defronte à Torrente Portalegni. O nosso Padre, todos os anos, no aniversário do seu Batismo, dirigia-se ali para agradecer ao Senhor o grande dom recebido, até o tempo do terremoto que derrubou a igreja. O quadro de Nossa Senhora da Providência, pintado pelo artista Alfonso Rodriguez, que constituí a uma recordação preciosa do Padre, retirado dos escombros, foi por ele transportado ao Orfanato do Espírito Santo, onde se conserva.

O cavaleiro Francisco faleceu no dia 23 de outubro de 1852, deixando três filhos e a esposa no quinto mês de gravidez do quarto filho. A senhora Ana, aos 22 anos experimentou a amargura do vazio deixado por aquele homem a quem tanto amara. No dia 19 de fevereiro de 1853 nasceu seu quarto filho, ao qual deu o nome do pai, Francisco.

O nascimento da criança e os problemas para a conservação do patrimônio obrigaram Ana a entregar Aníbal a uma velha tia. Começou, assim, para o servo de Deus a amarga experiência de órfão, que tanto devia incidir em sua existência. A tia vivia sozinha, muitas vezes fechada num quarto, que dava num pátio sem saída, sem ar, e sem luz, e a criança era constrangida a ficar sempre com ela em casa. A amarga experiência infundiu-lhe particular compreensão e especial amor para com os órfãos e os meninos abandonados, que caracterizou a sua vida e o seu sistema educativo.

O chamado ao sacerdócio

Desde jovem teve clareza quanto ao chamado para o sacerdócio. Crescia nele o amor e o zelo pela salvação de todas as pessoas, especialmente dos pobres e dos órfãos. Depois da ordenação sacerdotal (16 de março de 1878), dedicou-se à redenção moral e espiritual da região mais pobre e desagrada de sua cidade, o bairro de Avignone, o qual havia visitado, quando ainda era diácono, através de Francisco Zancone, um mendigo que encontrou e socorreu.

O Carisma do Rogate

Ainda jovem, intui por inspiração divina o primado da oração na pastoral vocacional, isso ocorreu antes mesmo de encontrar no Evangelho tal mandamento. As palavras de Jesus: “A messe é grande, mas os operário são poucos! Pedi ao Senhor da messe, que mande operários na sua messe!” (Mt 9, 37-38; Lc 10, 2), tornaram-se a luz de sua vida e a fonte de seu apostolado.

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O início de suas obras apostólicas

Foi no bairro de Avignone, radicalmente transformado pela sua atividade apostólica, que iniciou o Orfanato Antoniano (em 1882 o feminino e em 1883 o masculino) para acolher, socorrer e formar “civil e religiosamente”, a juventude mais necessitada.

As congregações religiosas

Atraídos por seu carisma uniram-se a ele homens e mulheres que se empenharam no mesmo apostolado. Assim em 19 de março de 1887 fundou a Congregação das Filhas do Divino Zelo, e aos 16 de maio de 1897 a Congregação masculina, os Rogacionistas do Coração de Jesus, com o objetivo de viver e difundir o ensinamento de Jesus sobre a oração pelas vocações colocando-se ao serviço dos pequenos e dos pobres.

Características de sua espiritualidade

Sacerdote letrado e zeloso, cultivou e pregou o amor pela Palavra de Deus, a Eucaristia, a Virgem Maria, os Santos e a Igreja, manifestando particular devoção e espírito de obediência ao Papa e aos Bispos, sucessores dos Apóstolos. “Compenetrado da compaixão de Jesus pelas multidões cansadas e abatidas, como ovelhas sem pastor” (Mt 9, 36), trabalhou com todos os meios para a difusão do “ROGATE”, o mandamento de Jesus de rogar ao Senhor da messe pedindo o dom dos “bons operários”, considerando instrumento eficaz de evangelização e promoção humana. Sentiu forte desejo missionário. Desejou ardentemente que essa oração se tornasse universal, envolvendo toda a Igreja: Papa, bispos, sacerdotes, religiosos e religiosas, consagrados e leigos. O seu sonho foi realizado com a Instituição da Jornada Mundial de Oração pelas Vocações instituída por Paulo VI em 1964.

A sua morte

Combateu o bom combate, viveu no constante e crescente exercício heroico das virtudes cristãs, faleceu no dia 01 de junho de 1927 em FiumaraGuardia, em Messina. Sua morte foi precedida pela graça de contemplar diante de si Nossa Senhora Menina, a quem tinha grande devoção!

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O reconhecimento merecido

Foi unanimemente reconhecido como “pai dos órfãos e dos pobres” e “autentico e zelante mestre da moderna pastoral vocacional”. Jõa Paulo II o proclamou Beato no dia 07 de outubro de 1990 e o canonizou no dia 16 de maio de 2004.

Os seus filhos pelo mundo

As duas famílias religiosas fundadas por ele, as Filhas do Divino Zelo e os Rogacionistas do Coração de Jesus, estão presente em todo o mundo com o seu apostolado específico: centros de espiritualidade vocacional e difusão da oração pelas vocações, escolas de todas as ordens e graduações, colégios, casas de famílias para menores, acolhimento de mães em dificuldade, casa de anciãos, centros sociais para crianças, adolescentes, jovens e necessitados em geral, centros de cuidados para a saúde, paróquias, santuários, e outras atividades apostólicas-pastorais que se dedicam ao serviço em prol do Reino, zelando pelo mandamento do Rogate!

A família do Rogate

A experiência espiritual de Padre Aníbal e a sua especial missão está compartilhada também com numerosos leigos, homens e mulheres, que se empenham em viver o espírito do “Rogate” na Igreja, de maneira privada ou em associações. Entre as diversas associações laicas temos: as Missionárias Rogacionistas, que são mulheres que vivem a consagração no mundo através da profissão dos conselhos evangélicos; a União de Oração pelas Vocações (UOPV), que são homens e mulheres que assumem o compromisso de rezar e trabalhar pelas vocações através das promessas feitas diante de toda a comunidade; a Juventude FDZ, que são jovens que se unem ao nosso carisma, com o empenho de rezar pelos bons operários e de se tornarem bons operários; e os Grupos de Oração pelas Vocações (GOVs), que são famílias que tem o empenho da oração vocacional.

Enfim, a Família do Rogate, é composta por sacerdotes, religiosos, religiosas, mulheres consagradas, leigos, jovens e famílias, empenhados em viver e difundir a oração pelas vocações e o amor pelo próximo. “A união de oração pelas vocações”, desejada pelo próprio Fundador, é a “casa comum” da Família do Rogate. Dessa podem fazer parte todos os batizados que se empenham a rezar pelas vocações.

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Instituto das Filhas do Divino Zelo

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